Santa Ana, mãe da Santíssima Virgem – Folha Dominical 334 – 26 de julho a 2 de agosto de 2020
A escritura não nos diz nada sobre santa Ana; mas sua qualidade de mãe da Mãe de Deus a reveste, a nossos olhos, de uma grande majestade. O próprio mistério no qual está encerrada, e que encerra ao mesmo tempo o início da vida da santíssima Virgem, aumenta ainda mais; ela aparece como mergulhada na profunda luz da Imaculada Conceição.
A Tradição, suprindo o silêncio da Escritura, nos pinta santa Ana como a Escritura nos pinta Ana, mãe de Samuel. Estéril, roga, junto com são Joaquim, seu esposo, para obter uma posteridade; promete consagrar ao Senhor a criança que espera. E a criança vem ao mundo, como um fruto celeste concedido pela oração; é Maria, que é cheia do Espírito Santo desde a concepção. A graça que superabunda na filha, transborda sem dúvida para a mãe; já santa, torna-se mais santa ainda; confirma seu nome, Ana, que quer dizer graça. Era preciso para essa santa mulher uma graça sobreeminente, para realizar a alta função a qual estava predestinada; depois de dar à luz a santíssima Virgem, foi a educadora de seus primeiros anos. Como sua alma devia ser pura, onde Maria se saciava! Que tesouros em seus lábios que Maria recolhia! Agrada à devoção dos fiéis representar santa Ana no doce ofício de ensinar a Virgem.
A coroação da virtude de santa Ana foi o sacrifício que fez apresentando ao Templo sua filha bem amada, aos três anos: nunca houve oferecimento de tão agradável odor. Santa Ana, oferecendo Maria, fazia pressentir Maria oferecendo Jesus.
(Tradução: Permanência. Originalmente publicado no Bulletin de Notre Dame de La Sainte-Esperance (Menil-Saint-loup) entre os anos de 1881 e 1884. Republicado em Le Sel de la Terre 67)]