Cardeal Prevost é eleito Papa sob o nome de Leão XIV

Uma eleição que parece ter sido tão rápida quanto a de seu predecessor, senão mais rápida, uma vez que Francisco foi eleito em dois dias, na 6ª votação. Novamente foram necessários dois dias, e 5 ou 6 votações para eleger o 267º Papa da história, o primeiro papa americano.
Às 18:08h, a fumaça branca se elevou acima do telhado da Capela Sistina, anunciando à multidão reunida na praça de São Pedro que a Igreja tinha um novo Papa. Contudo, foi preciso esperar até as 19:12h para que o Cardeal Dominique Mamberti se apresentasse à loggia e proclamasse a fórmula tão esperada: “Annuntion vobis gaudium magnum: Habemus papam”, “Anuncio-vos uma grande alegria, temos um (novo) papa”, o Cardeal Robert Francis Prevost, que adotou o nome de Leão XIV.
Em seguida, o novo pontífice romano se apresentou para pronunciar a sua primeira benção Urbi et Orbi. Ele começou com um breve discurso, marcado pela preocupação com a paz e o desejo de construir pontes. Também manifestou o seu desejo de promover uma Igreja sinodal.
Nascido em 14 de setembro de 1955, em Chicago, hoje com 69 anos, ele é de nacionalidade americana. Ingresso na ordem de Santo Agostinho, fez a profissão perpétua em 1981, e foi ordenado padre em 19 de junho de 1982. Ele foi prior geral dos Agostinianos entre 2001 e 2013. Nomeado bispo de Chiclayo, no Peru, em 2014, ele permaneceu até 2023. Desde 30 de janeiro de 2023, era Prefeito do Dicastério para os Bispos. Em 30 de setembro de 2023, foi criado cardeal-diácono de Santa Mônica, antes de ser elevado ao título de cardeal-bispo de Albano, em 6 de fevereiro de 2025.
A questão que surge, além da emoção do momento, é a do futuro da Igreja. Em 2013, um pequeno número de eclesiásticos e vaticanistas, que conheciam o cardeal Jorge Bergoglio desde a Argentina, manifestaram uma profunda apreensão diante de sua eleição. E eles não erraram…
O cardeal Prevost falou pouco, mas algumas de suas posições são conhecidas. Graças ao site “Cardinalium Collegii recensio”, é possível saber o que cada cardeal pôde dizer ou escrever sobre alguns temas sensíveis, como a ordenação de mulheres ao diaconato, a bênção de pares homossexuais, o celibato facultativo, a restrição da Missa tradicional, o acordo entre a China e o Vaticano, ou ainda a promoção de uma Igreja sinodal.
Quanto à ordenação de mulheres, o cardeal Prevost declarou que a “clericalização das mulheres” não resolveria os problemas da Igreja católica. Até insistiu, afirmando que a “tradição apostólica é algo que foi muito claramente enunciado, sobretudo se se quer falar da questão da ordenação de mulheres ao sacerdócio”.
Contudo, destacando a nomeação da Irmã Simona Brambilla como prefeita do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica pelo Papa Francisco, ele comentou: “Creio que continuaremos a reconhecer que as mulheres podem contribuir muito com a vida da Igreja, em diferentes níveis”.
Sobre o tema das bênçãos de pares homossexuais, ele se exprimiu de modo um pouco ambíguo. Por outro lado, ele se mostrou nitidamente um partidário fervoroso da Igreja sinodal: como relatado mais acima, o novo Papa manifestou, aliás, apoio a essa ideia a partir da loggia.
Finalmente, segundo o mesmo site, “ele seria muito próximo da visão de Francisco sobre o meio ambiente, a ajuda aos pobres e aos migrantes, e o ir ao encontro das pessoas aonde elas estão”. Aliás, a escolha do nome “Leão”, ainda inédito no período iniciado por João XXIII, talvez queira recordar a preocupação de Leão XIII com as questões sociais.
Todavia, além dessas indicações, é eventualmente com o tempo que esse novo papa poderá ser descoberto, a começar pelas nomeações na liderança dos diversos dicastérios romanos. E, neste momento em que Leão XIV assume cátedra de Pedro, importa orar para o novo soberano pontífice.